Ortomolecular e Clínica Geral
Duas notícias muito interessantes para quem sofre de diabetes. Uma vacina para o tratamento, e tatuagem para acompanhamento.
A vacina é para o tratamento de diabetes tipo 1. Esse tipo é auto-imune, ou seja, causada pelo sistema imunológico da pessoa: células de defesa atacando o próprio corpo. A diabetes tipo 1 ocorre quando os glóbulos brancos do paciente destroem as células beta, que ficam no pâncreas e têm o papel de produzir a insulina. A insulina, por sua vez, é o hormônio responsável por fazer com que o açúcar presente na corrente sanguínea entre nas células. Quando não há insulina o suficiente ocorre um acúmulo de glicose no sangue que causa os graves problemas conhecidos da diabetes: doenças cardiovasculares, cegueira. E em alguns casos é necessário realizar amputações.
Pois bem, a vacina que pode ajudar na luta contra a diabetes tipo 1 foi inventado há quase um século: vacina BCG, originalmente projetada para combater a tuberculose. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra?
Acontece que a vacina BCG já vem sendo estudada para o tratamento de doenças auto-imunes, como é o caso da esclerose múltipla: pacientes vacinados tiveram o progresso da doença impedido. A vacina também tem provado efeitos benéficos contra várias alergias. E agora, em pesquisas sendo realizadas na Universidade de Harvard, também aponta para melhoras na diabetes tipo 1.
A vacina BCG induz a produção de linfócitos T regulatórios, que são responsáveis por regular as demais células do sistema imunológico. A baixa contagem desses linfócitos faz com que células do sistema imunológico ataquem partes saudáveis do corpo, confundindo-as com elementos nocivos que devem ser destruídos. Assim as células beta do pâncreas são destruídas e a diabetes tipo 1 se instaura.
Linfócito T
Em testes realizados sob o comando de Denise Faustman, líder do projeto, pacientes com mais de 15 anos de diabetes apresentaram um aumento significativo dos linfócitos T regulatórios após a aplicação da vacina BCG. Foi identificado até um pequeno aumento na produção de insulina pelo pâncreas.
Os resultados são tão promissores que o FDA (US Food and Drug Administration) aprovou a continuação das pesquisas, agora com 150 pacientes. A lista de espera de voluntários para os testes é enorme. Hoje estima-se que mais de 400 milhões de pessoas sofrem com a diabetes no mundo.
Falando em vacinas, uma nova resolução em análise pela ANVISA estuda a aplicação de vacinas em farmácias.
A outra novidade que a ciência nos traz é a tatuagem para monitoramento de glicemia.
Cientistas do MIT e de Harvard desenvolveram uma tinta biossensorial cujos componentes químicos apontam para eventuais irregularidades presentes no corpo, e não apenas a respeito de glicose: também o pH e nível de sódio.
A tinta funciona tanto para diabetes do tipo 1 quando para o tipo 2, pois o que é medido é o nível de glicose. Quando o nível está alto a tinta muda de cor para azul, lembrando à pessoa que ela deve tomar insulina. Com relação ao pH, quando o sangue fica muito alcalino, a tatuagem muda de roxo para rosa. A tinta apresenta uma coloração mais forte de verde de acordo com a concentração de sal.
Porém a tecnologia ainda está em desenvolvimento. Os testes ocorreram até o momento em pele de porco, que é bastante parecida com a humana. A promessa é simplificar a rotina dos diabéticos, diminuindo a necessidade dos procedimentos tradicionais, mais invasivos, para a medição da glicemia.
Essa é uma das coisas mais bonitas da ciência: vários pesquisadores ao redor do mundo fazendo pequenas descobertas que, somadas, revolucionam a vida das pessoas.
Para mais informações e tratamento de diabetes, veja nossa página diabetes.
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E verdade que a bariátrica cura a diabetes?
Olá Maria,
é verdade que uma bariátrica bem sucedida pode reduzir bastante os níveis de glicemia. Mas cada caso é um caso e o acompanhamento deve continuar: atividades físicas, alimentação saudável e acompanhamento médico. Tenha um bom 2018!
É verdade que a bariátrica cura a diabetes?
Olá Maria,
é verdade que uma bariátrica bem sucedida pode reduzir bastante os níveis de glicemia. Mas cada caso é um caso e o acompanhamento deve continuar: atividades físicas, alimentação saudável e acompanhamento médico.